A Boemia Acabou?
- Contato Bar dos Cravos
- há 5 dias
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Atualizado: há 5 dias
Durante os meus mais de 40 anos de bar nas mesas do Clube do Choro, Vou Vivendo, Filial, Genésio e Genial, exerci intensamente a boemia.
Foram madrugadas de muita conversa e copos tilintando na companhia de almas afins e de outras, nem tanto. Artistas, jornalistas, intelectuais e pessoas menos interessantes me fizeram companhia ao longo de todo esse tempo.
Havia também os “chatos”, imprescindíveis na noite. Quando a conversa fugia do espírito boêmio, aquele da liberdade e despreocupação, lá vinha ele para avacalhar, era o contraponto ao excesso de razão de alguns.
Foi um tempo de muito aprendizado, uma verdadeira escola de vida e de prática do hedonismo.
Mas, e hoje? Reconheço que havia excessos, que do ponto de vista de uma vida saudável, o bar é antítese. No entanto, meus caros amigos, não podemos negar a importância social e mental da boemia, e ela pode sim ser vivida de forma responsável.
É no bar, do mais “pé sujo” ao mais sofisticado, que as pessoas se despem de suas máscaras cotidianas: o médico tira o jaleco, o advogado a gravata e, de repente, se instaura um ambiente democrático em que elas são o que são, as conversas correm soltas e a liberdade é a regra.
Faço, então, um chamado para a nova geração: exerça a boemia! O bar está aí para isso! Nele você vai aprofundar relações, se divertir, aprender, ouvir e ser ouvido, exercitar a paciência com aqueles chatos e, com um pouco de competência e sorte, conquistar um grande amor, ter alta da terapia e finalmente se livrar do rivotril.
Evoé, novos boêmios!
Arnaldo Altman
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